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O que é o metaverso e quais são as dúvidas que o mundo de ‘gêmeos digitais’ gera

Dizem que o Metaverso é o futuro da internet.
O Facebook fez dele a sua prioridade. E outras gigantes da tecnologia estão
investindo milhões na criação do Metaverso. Eu sou Mariana Alvim, reporter da BBC News
Brasil aqui em São Paulo, e neste vídeo vou explicar o que é esse novo universo digital que
promete transformar nossas experiências online. E, é claro, falar sobre os riscos que ele traz?
A palavra “meta” vem do grego e significa algo como “além”. Já o termo “metaverso” apareceu em
1992 no livro de ficção científica Snow Crash, em que humanos, representados por avatares,
interagiam em um ambiente virtual, paralelo. Para quem não sabe, avatares são
como “bonequinhos” customizados e comandados por alguém.
Hoje, grandes empresários da tecnologia estão apostando na transformação
do que era ficção científica em realidade. No final de outubro, o grupo Facebook anunciou
que o nome corporativo da empresa será agora Meta. A mudança não afeta os nomes
das plataformas individuais da companhia, o Facebook, Instagram e WhatsApp.
O fundador da empresa, Mark Zuckerberg, afirmou que a reformulação acompanha seus
novos projetos, que vão muito além do filão já tradicional das redes sociais.
O nome Meta atende ao que Zuckerberg disse acreditar ser o futuro da
sua companhia, e da internet. Ele explicou que vê no metaverso a possibilidade
das pessoas se teletransportarem por meio de hologramas pra ir ao escritório, ou seja,
sem precisar se deslocar de verdade; ou até mesmo pra assistir um show com amigos.
O metaverso traz novas possibilidades também para as compras, para o estudo, para o lazer…
Aliás, o mundo dos videogames já vem há algum tempo dando pistas do que pode ser o metaverso.
A Epic Games, desenvolvedora do jogo Fortnite, um fenômeno mundial, levantou em
abril US$ 1 bilhão em investimentos para bancar, abre aspas, “sua visão
de longo prazo para o metaverso”. O diretor da Epic Games, Tim Sweeney, é um
entusiasta do metaverso, assim como Zuckerberg. O Fornite já promoveu a exibição de filmes e shows
em seu ambiente virtual, como em agosto, quando a cantora americana Ariana Grande fez apresentações
dentro do jogo para milhões de pessoas. E como seria acessar o metaverso?
Apetrechos parecidos com óculos, capacetes e grandes fones de ouvido conectados
provavelmente vão ajudar nessa imersão. Alguns aparelhos do tipo já são usados hoje
no que chama-se de realidade virtual — que possivelmente será vista no futuro
como um estágio primitivo do metaverso. Imagine passar dessa troca online que
estamos tendo agora em duas dimensões a um ambiente com três dimensões.
Os entusiastas do metaverso prometem também avanços na ciência e na medicina,
porque tamanha conectividade e tantas possibilidades de interação facilitariam
a colaboração científica e permitiriam, por exemplo, que especialistas de diversos países
se reunissem em uma sala de operações virtual. A Microsoft também está apostando nesse futuro
e anunciou recentemente o que acredita ser sua “porta de entrada” para o metaverso:
o Mesh for Teams, uma plataforma mais interativa para reuniões, com avatares
substituindo as imagens de câmeras. Mas esses são apenas os primeros
passos de uma caminhada bem longa: as próprias empresas dizem que seus projetos
mirando o metaverso têm prazos de 10 a 15 anos. Embora tecnologias existentes hoje, como a conexão
5G, estejam abrindo o caminho para o metaverso, ainda há muito aprimoramento pela frente para
sustentar esse mundo altamente conectado. Se em muitos lugares já é difícil manter
uma videochamada sem problemas de conexão, imagine a demanda de dados para
reproduzir um metaverso e interagir nele. Também já existem especialistas se manifestando
sobre riscos que o metaverso pode trazer, como a ampliação da vigilância sobre todos nós.
Afinal, este mundo traria mais câmeras, sensores e apetrechos nos
acompanhando e coletando informações. Por isso Marcus Carter, professor de cultura
digital da Universidade de Sydney, na Austrália, disse que as tecnologias de realidade virtual
são possivelmente os aparelhos digitais com maior capacidade de extrair nossos dados, dentro
das nossas próprias casas, na próxima década. E claro, também preocupa saber
quem terá o controle desses dados. Foi o que apontou a professora
Carissa Véliz, do Instituto para a Ética da Inteligência Artificial da
Universidade de Oxford, na Inglaterra. E ainda que o Facebook — ou melhor, Meta
— garanta dar ênfase à proteção dos dados, casos do passado e revelações recentes da
ex-funcionária Frances Haugen colocaram em questão o compromisso real da empresa com o
bem-estar e a segurança dos seus usuários. Por isso tudo, as consequências do metaverso não
devem ficar restritas apenas à realidade virtual. Com isso, eu fico por aqui.
O que você acha de tudo isso? Deixa aqui nos comentários.
Muito obrigada e até a próxima!

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